SINAIS DOS TEMPOS
A
OPERAÇÃO DO ERRO MATEUS
22:29: Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. A
bíblia revela diálogos inusitados. No
livro de Juízes, por exemplo, as árvores estão envolvidas num processo
eleitoral para escolha de um rei. JUÍZES
9:8-15: Foram
uma vez as árvores a ungir
para si um rei, e disseram à
oliveira: Reina tu sobre nós. É
claro que se trata de uma parábola. Árvores não falam! Diálogo
parecido é ouvido nos dias em que Israel e Judá eram reinos divididos. II
REIS 14:9: Porém Jeoás, rei de Israel,
enviou a Amazias, rei de Judá, dizendo: O
cardo que estava no Líbano mandou dizer ao cedro que estava no Líbano:
Dá tua filha por mulher a meu filho; mas os animais do campo, que estavam
no Líbano, passaram e pisaram o cardo. Jeoás
não estava delirando. Trata-se de mais uma ilustração para se
retransmitir uma verdade. Já
encontrei pelo menos três animais falantes na Palavra de Deus.
Rotineiramente, animais só falam em desenhos animados ou nas histórias
infantis. GÊNESIS
3:1-5: Ora,
a serpente era mais astuta
que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não
comereis de toda a árvore do jardim? NÚMEROS
22:28-30: Então
o SENHOR abriu a boca da jumenta,
a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três
vezes? APOCALIPSE
8:13: E
olhei, e ouvi um anjo voar pelo meio
do céu, dizendo com grande voz: Ai! ai! ai! dos que habitam sobre
a terra! por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão
de ainda tocar.
Na versão revista e atualizada lemos
o seguinte: Então, vi e ouvi uma águia
que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz... Os
casos acima são fatos ou são fictícios? A águia do Apocalipse, na
verdade, é um anjo [confira outras traduções]. Até aí, tudo bem! A
jumenta falou quando o Criador abriu a sua boca para abrir os olhos de
Balaão. Também é lógico crer que o Deus que pode suscitar filhos a
Abraão a partir das pedras [Mateus 3:9], que pode fazer as pedras
clamarem [Lucas 19:40; Habacuque 2:11] e que criou a jumenta, também é
poderoso para fazê-la falar. E quanto à serpente? João nos explica que
a serpente tão-somente foi usada como médium. Quem falava na realidade
era Satanás. Confira na bíblia. APOCALIPSE
12:9: E
foi precipitado o grande dragão, a
antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o
mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com
ele. APOCALIPSE
20:2: Ele
prendeu o dragão, a antiga serpente,
que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E
quando os mortos falam? Se fosse num velório, recordes mundiais de
velocidade seriam quebrados. A
bíblia diz que as almas e até o sangue dos mortos clamam. GÊNESIS
4:10: E disse Deus: Que fizeste? A voz
do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. APOCALIPSE
6:9-11: E,
havendo aberto o quinto selo, vi
debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra
de Deus e por amor do testemunho que deram. E
clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e
santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre
a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito
que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse
o número de seus conservos e seus
irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram. A
diferença entre as duas situações é que o sangue de Abel clamava da
terra e as almas clamavam debaixo do altar. A
semelhança é que em ambos os casos uma voz é ouvida. Voz de morto, é
claro! É
possível um morto falar? Segundo a psiquiatria, quando ouvimos vozes
inexistentes – alucinações auditivas – estamos diante de uma doença
mental. Então, lancemos mãos de um outro texto bíblico para ouvir
muitos mortos falando [Lucas 16:19-31]. Sem
rodeios, digo-lhes que o texto sobre o rico e Lázaro é uma parábola. E,
se em parábola até as árvores falam, quanto mais os mortos! Há
controvérsias, dirá você! Não posso discordar de sua afirmação!
Vejam, por exemplo, dois renomados pastores evangélicos com opiniões
divergentes sobre o tema. Russell
P. Shedd, em nota de rodapé, nos diz que esta parábola “não
deve ser interpretada como fonte de informação sobre a vida no além”
– Bíblia Shedd, página
1461, nota de estudo de Lucas 16:20 – Edições Vida Nova e Sociedade Bíblica
do Brasil, São Paulo e Brasília/1997. Stanley
M. Horton e muitos outros são defensores do realismo dessa parábola. “Alguns
consideram esse relato uma parábola, visto que vêm na seqüência de uma
série de parábolas. Mas mesmo em suas parábolas Jesus nunca disse
qualquer coisa enganosa ou que fosse contrária à verdade” – Nosso destino, página 49 – Casa Publicadora das Assembléias
de Deus, Rio de Janeiro-RJ/1998. Então,
vamos fazer de conta que a estória seja real. O que podemos deduzir de um
diálogo entre mortos? Será que todas as informações aqui publicadas não
entram em choque com o resto das Escrituras? Até onde nos leva uma
interpretação literal, como querem muitos cristãos? Vamos
aos fatos e aos boatos dessa questão. A)
Se a parábola é real, o
crente ao morrer é levado pelos anjos para o seio do pai Abraão. LUCAS
16:22: E aconteceu que o mendigo morreu,
e foi levado pelos anjos para o seio
de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. Para
sua meditação: As almas no seio do Pai Abraão e as almas debaixo do
altar vistas no Apocalipse se encontram no mesmo lugar? A
bíblia não deixa dúvidas que esse processo de triagem ou separação
entre o joio e o trigo, bons e maus, justos e ímpios não é feito na
hora do último suspiro, mas na consumação desse mundo. De fato, os
anjos serão os agentes divinos que lançarão os causadores de escândalos
na fornalha acessa, onde haverá choro e ranger de dentes, mas isto não
é feito no momento da morte. MATEUS
13:40-42: Assim
como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os
seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo,
e os que cometem iniqüidade. E lançá-los-ão
na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. MATEUS
13:49 e 50: Assim
será na consumação dos séculos:
virão os anjos, e separarão
os maus de entre os justos, e lançá-los-ão
na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. O
que aprendemos neste primeiro item? A doutrina bíblica nos diz que o
momento da separação entre os bons e os maus será na consumação dos séculos.
Nem mesmo o homem bom é capaz de livrar sua alma da sepultura. A doutrina
colhida na parábola do rico e Lázaro diz que tal separação se dá no
momento da morte. Continuemos a análise do texto bíblico. B)
Se a parábola é real, o ímpio
ao morrer é levado diretamente para os tormentos do inferno. LUCAS
16:23 e 24: E
no inferno, ergueu os olhos, estando
em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E,
clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro,
que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque
estou atormentado nesta chama. Os
versos 25 e 28 também mencionam essa grande tribulação. Na
minha infância ouvi falar que no inferno as pessoas ficariam sofrendo até
virar sabão. E pelo tamanho da sede e da chama que lemos no verso 24,
deve ser um inferno a vida de um ímpio após a morte. E para atear um
pouco mais de lenha nessa fogueira, transcrevo um resumo da clássica
obra-prima de Dante (1265-1321), o inferno, “que
registra a experiência horrível de ver demônios atormentando os desgraçados
ocupantes do inferno. Esses demônios patrulham um rio de piche
borbulhante, dando aos pecadores a punição que merecem. Com ganchos e
garras afiadas, os demônios atacam qualquer pecador que tenta escapar ou
desrespeita a autoridade deles. A punição dessas pessoas é aplicada com
exatidão: cada uma das nove regiões é designada para um pecado
particular e cada pessoa recebe a retribuição de acordo com o que fez,
com os hipócritas no círculo mais inferior. Os demônios têm prazer em
atormentar os que cometeram as ofensas mais hediondas” – A
serpente do paraíso, página 13 e 14 – Erwin W. Lutzer –
Editora Vida, São Paulo-SP/1998. As
almas debaixo do altar não concordam com a parábola do rico e Lázaro, e
nem com Dante. APOCALIPSE
6:10: E clamavam com grande voz, dizendo: Até
quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso
sangue dos que habitam sobre a terra? Segundo
as almas debaixo do altar as chamas do inferno ainda não foram acessas.
Ainda falta o julgamento, e só depois dele vem a vingança. Ainda não
foram ouvidas as testemunhas, não se fez a acareação e nem se teve a
oportunidade de ampla defesa. “Queremos justiça agora. Não queremos esperar o retorno do Senhor. Mas
sabia que nem a morte de Cristo ainda não foi vingada? O mais hediondo
crime da história da humanidade ainda não chegou ao tribunal. Os responsáveis
pelo assassinato de Cristo encontram-se em algum lugar. Embora o crime
tenha acontecido há muitos anos, ele ainda não chegou aos tribunais.
Deus decidiu esperar a volta de Cristo, quando então julgará os que o
crucificaram. Meu amigo, se Deus determinou que a justiça espere
no caso de Cristo, quem somos nós
para exigir que o nosso tenha precedência?”. “Deus sabe que
sofremos injustamente. Não só ele sabe tudo a respeito de nossas causas,
mas está tomando notas; dizem as escrituras que seremos julgados de
acordo com os nossos feitos. Assim, alguém, em algum lugar, está
anotando tudo! Deus não nos abandonou aos caprichos dos poderosos, não.
Ele sabe quando seus filhos são preteridos numa promoção por causa da
sua fé religiosa. Moça, o Senhor sabe quando mulheres menos capacitadas
que você passam a sua frente profissionalmente, só porque você se
recusa a comprometer a sua moral. Deus vê a mulher abandonada que nunca
sabe, entra mês e sai mês, se o marido que a largou vai mandar-lhe o
cheque ou não! Ele está a par de tudo. E já nomeou um promotor público,
um júri e um juiz... No dia do julgamento, ele fará justiça aos seus
eleitos”
– COMO LIDAR COM O SOFRIMENTO, página 54 – Charles Stanley –
Editora Betânia S/C, Venda Nova – MG, 1995. Estão
lançando pessoas no lago de fogo e enxofre antes da hora. E precisam de
água benta – só na ponta da língua – para refrescar o corpo inteiro
na fornalha de fogo ardente. Conforme
a bíblia, o lago de fogo foi preparado para o diabo e seus anjos. E
quando o diabo for lançado no seu devido lugar só se reencontrará com a
besta e o falso profeta. Somente após o julgamento, os ímpios mortos que
foram simpatizantes de satanás receberão o mesmo castigo do mentor do
mal. MATEUS
25:41: Então dirá também aos que
estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o
fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. JUDAS
1:6: E aos
anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria
habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia. APOCALIPSE
20:10: E
o diabo, que os enganava, foi lançado
no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e
de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. APOCALIPSE
20:15: E
aquele que não foi achado escrito
no livro da vida foi lançado no lago de fogo. O
que aprendemos neste segundo item? Que o diabo e seus anjos ainda serão
postos no seu devido lugar, no lago de fogo e enxofre. Que não podemos
lançar os homens nas chamas do inferno antes de seu verdadeiro dono. A
parábola do rico e Lázaro faz dos homens ímpios mais pecadores –
merecedores de mais longos castigos – do que satanás, o originador do
pecado! C)
Se a parábola é real, a
distância entre o céu e o inferno é pequena o suficiente para permitir
que os ímpios e os justos comuniquem. LUCAS
16:24 e 25: E,
clamando, disse: Pai Abraão,
tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do
seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse,
porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em
tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu
atormentado. O
paraíso e o inferno desta parábola ficam a distância da voz humana!
Devido os tormentos do inferno, imagino que na parábola as pessoas
estejam sempre gritando. E mesmo que o rico tivesse um megafone ou um
microfone seu clamor não poderia ser ouvido a uma distância tão grande.
O
diálogo não cessa nos dois versos acima. Continuam proseando até o fim
do capítulo. E se o rico se preocupou com a possibilidade de seus
queridos vivos também povoarem o inferno [Lucas 16:27 e 28], a minha
preocupação se volta para uma mãe desconfortavelmente no seio do Pai
Abraão vendo e ouvindo um filho que está sendo fritado nas chamas do
inferno, ou que esteja sofrendo muitas dores com suas queimaduras de
terceiro grau. E como a dor só será anestesiada na eternidade
[Apocalipse 21:4], a visão diária dos sofrimentos dos queridos no
inferno e o contato verbal entre eles enlutariam os sentimentos dos
salvos. O paraíso se transformaria num caldeirão de lágrimas. O
que aprendemos neste terceiro item? Essa proximidade e comunicação entre
o céu e o inferno não é salutar. O seio do pai Abraão não seria tão
confortável assim! Na parábola do rico e Lázaro, os míopes do inferno
não têm o privilégio de pelo menos ver o paraíso que perderam. D)
Se a parábola é real, os
mortos vêem, falam, sentem calor e sede. LUCAS
16:23 e 24: E no inferno, ergueu os olhos,
estando em tormentos, e viu
ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando,
disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que
molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou
atormentado nesta chama. Se
os justos vêem os ímpios na pindaíba do inferno, porque as almas
debaixo do altar ainda clamam a Deus por vingança? Só posso concluir que
ou as almas debaixo do altar não vêem nada, ou são dotadas de um
sadismo descomunal. Como
dissemos no item anterior, é inimaginável a visão dos santos
contemplando o sofrimento eterno dos ímpios. Imagino, porém, o tamanho
da injustiça no tratamento dos ímpios que morreram nos dias anteriores
ao dilúvio. São milênios de sofrimento, ao passo que os que ainda
morrerão próximo a volta de Cristo sofrerão poucos dias. Até parece
que a geração dos últimos dias é menos pecadora! Dirão alguns, em
defesa da veracidade dessa parábola, que os sofrimentos destes últimos
serão mais intensos que os dos primeiros. Já entendi. Existem crentes
que advogam a existência de um pré-pagamento pelos pecados antes da
segunda morte, sofrimento em dobro. Para estes, o livro de Salmo deveria
ser reescrito. Confiram as novas versões: SALMO
78:50: Preparou caminho à sua ira; não
poupou as suas almas da morte, mas entregou à pestilência as
suas vidas. SALMO
89:48: Que homem há, que viva, e não
veja a morte? Livrará ele a sua
alma do poder da sepultura? (Selá.) VERSÃO
DO RICO E LÁZARO: Nenhuma
alma morre; as almas dos justos nem vão para as sepulturas e sobrevivem
no seio do Pai Abraão; já as almas dos ímpios sofrerão os tormentos de
um purgatório intermediário junto com o rico e, num segundo tempo, morrerão noutro lago de fogo e enxofre. Outros
quererão dizer que só os ímpios contemplam o céu que perderam, ao
passo que os justos não enxergam o espetáculo macabro das chamas do
inferno que evitaram! Isto não diminui o tamanho do sofrimento intermediário
dos ímpios. O
que aprendemos neste quarto item? Não existe um pré-pagamento dos erros
humanos nas chamas do inferno antes de serem atirados no lago de fogo e
enxofre juntamente com satanás. Se não fosse assim, satanás e seus
anjos continuariam freqüentando aos embalos de sábado a noite, aos
shows, aos espetáculos e assistindo de camarote o estado intermediário
agonizante de seus súditos. Essa agenda satânica cheia de adrenalina
aliada ao pré-pagamento no estado intermediário dos ímpios não
coadunam com a imparcialidade celestial. A parábola do rico e Lázaro
prega uma sessão de tortura para os escravos do pecado antes da morte
eterna com satanás – o mentor espiritual deles. Outra verdade que
precisamos pontuar é que mortos não vêem, não ouvem, não falam, nem
sentem coisa alguma. E)
Se a parábola é real, os
mortos relembram detalhes da família terrena e se preocupam com os
parentes vivos. LUCAS
16:27 e 28: E
disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois
tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não
venham também para este lugar de tormento. Estamos
diante de outro problema. O rico não lia a bíblia; estava mais
preocupado em ganhar dinheiro. Por isso ele sugeriu a Abraão que enviasse
a Lázaro até os seus familiares. O rico nunca leu o livro de Jó ou Isaías. JÓ
7:9 e 10: Assim como a nuvem se desfaz e
passa, assim aquele que desce à
sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa,
nem o seu lugar jamais o conhecerá. JÓ
14:21: Os seus filhos recebem honra, sem
que ele o saiba; são humilhados; sem
que ele o perceba. ISAÍAS
38:10 e 11: Eu
disse: No cessar de meus dias ir-me-ei às portas da sepultura; já estou
privado do restante de meus anos. Disse: Não verei ao SENHOR, o SENHOR na
terra dos viventes; jamais verei o
homem com os moradores do mundo. Na versão almeida
revista e atualizada lemos o seguinte: já não verei o Senhor na terra
dos viventes; jamais verei homem algum entre os moradores do mundo. Um
morto nunca mais retorna a sua casa e nem à casa de quem quer que seja.
Ele nem fica sabendo das aprovações e quedas de seus queridos. O
salmista assevera que os pensamentos, ou desígnios ou intenções do coração
deixam de existir no mesmo dia da morte do indivíduo. SALMO
146:4: Sai-lhe o espírito, volta para a
terra; naquele mesmo dia perecem
os seus pensamentos. Na versão almeida
revista e atualizada lemos o seguinte: Sai-lhes o espírito, e eles
tornam ao pó; naquele mesmo dia,
perecem todos os seus desígnios. Salomão
também entra em rota de colisão frontal com a memória e a vontade do
rico. O rico fez o que todos humanos fariam se pudessem viajar ao futuro;
isto é, procurou mudar o curso normal da história. O rico não quer que
seus parentes compartilhem de suas desgraças. E para salvá-los, ele propõe
a aprovação de um projeto de lei que altere o Velho Testamento e obrigue
a ida de um morto à terra. Vejam o princípio publicado por Salomão. ECLESIASTES
9:5, 6 e 10: Porque os vivos sabem
que hão de morrer, mas os
mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles
recompensa, mas a
sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio,
e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em
coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Tudo quanto te vier
à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na
sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento,
nem sabedoria alguma. Segundo
a bíblia, um morto não sabe de nada. Seu amor e preocupação com os
familiares já desapareceram. Seu conhecimento e seus projetos acabaram
aqui na terra dos viventes. O
que aprendemos neste quinto item? Ou estamos diante de uma parábola ou o
Velho e o Novo Testamento se contradizem neste ponto. A saída de muitos
partidários da veracidade da parábola é dizer que o Velho Testamento
foi abolido. A parábola do rico e Lázaro diz que é preciso ouvir Moisés
e os profetas, ao mesmo tempo em que o rico – que engrossava as estatísticas
do analfabetismo bíblico – propõe a adulteração do Velho Testamento
para adaptar a vontade de Deus a sua vontade. Na verdade, um morto não
sabe nada. F)
Se a parábola é real, os
mortos oram em favor dos vivos e continuam nutrindo idéias erradas acerca
da salvação. Imaginam que se um morto fosse ter com seus parentes vivos,
estes se arrependeriam. LUCAS
16:27, 28 e 30: E
disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois
tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não
venham também para este lugar de tormento... E disse ele: Não, pai Abraão;
mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Que
saia justa! Perceberam o beco sem saída a que nos conduz a literalidade
dessa estória? Um morto orando para um santo – o pai Abraão – em
favor dos vivos! Orando na hora errada e para a pessoa errada. E ainda tem
pregadores vivos dizendo que tal parábola é real. Parece-me
razoável aceitar que um católico vivo ore pelos mortos, afinal, ele crê
que as almas podem ter uma segunda chance de salvação no purgatório. II
MACABEUS 12:46: É,
pois, um santo e salutar pensamento orar
pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados. Os
crentes, todavia, não crêem no purgatório. A
parábola do rico e Lázaro introduz um elo de simpatia entre os crentes e
a idéia de um pré-pagamento dos pecados nos tormentos do inferno –
estado intermediário dos ímpios. Absurdo maior é o crente imaginar que
um morto pode orar pelos vivos. Como pode um morto orar se não sabe coisa
alguma? E
quanto ao retorno dos mortos para pregar a bíblia a seus parentes? Para
responder tal pergunta, o mesmo Jesus que contou a estória do rico e Lázaro,
ressuscitou, de verdade, o Lázaro de Betânia – irmão de Marta e
Maria. E quais foram as reações dos que viram o milagre e o milagreiro? JOÃO
12:1, 2 e 9-11: Foi, pois, Jesus
seis dias antes da páscoa a Betânia, onde
estava Lázaro, o que falecera, e a quem ressuscitara dentre os mortos.
Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que
estavam à mesa com ele. E muita
gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de
Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dentre os
mortos. E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar
também a Lázaro; porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam
em Jesus. Muitos
judeus, por causa de Lázaro, passaram a crer em Jesus. Todavia, os
principais sacerdotes, que já haviam decidido matar Jesus, decidiram
matar também a Lázaro. Já estavam tão endurecidos quanto faraó. De
igual modo, os cinco irmãos do rico falecido já haviam menosprezado
muitas outras oportunidades, e não seria um festival de milagres ou a
ressurreição de um morto que os faria aceitar a Jesus Cristo como
salvador. Quanto mais milagres ou sinais, mais evidente se tornaria a
incredulidade. Veja
outra cena que ocorreu com os conterrâneos de Jesus, no dia de sua
ressurreição. MATEUS
27:52 e 53: E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram
ressuscitados; e, saindo dos
sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e
apareceram a muitos. Quase
inacreditável! A cena é de ex-mortos explicando a pessoas conhecidas
sobre a ressurreição deles e a de Cristo. Mas a cidade santa não se
converteu com a pregação desses ressuscitados. Quase do jeitinho que o
pai Abraão falou! Eu disse “quase” porque um morto não pode pregar
aos vivos. É necessário que ele ressuscite dentre os finados. O
que aprendemos neste sexto item? Corrijamos dois erros graves: os mortos não
oram pelos vivos e nem podem pregar aos que habitam sobre a terra. Essa bíblia
na versão do rico e Lázaro entra em choque com toda a palavra que sai da
boca de Deus. G)
Se a parábola não é real, o
que Jesus quis nos ensinar? Toda
parábola é contada para que dela se extraia lições. Primeira lição:
Existe um grande abismo moral entre os bons e os maus de modo que a
possibilidade de revogação da condenação ou da salvação é
descartada. LUCAS
16:26: E, além disso, está posto um
grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar
daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. Cena
lamentável! O rico morto pede ao Pai Abraão outra chance, quando já é
demasiado tarde. Situação
parecida será vivida por muitos membros de igreja; no entanto, o choro e
o ranger de dentes destes últimos serão mais doloridos que os dos incrédulos.
Dedicaram muito tempo na expulsão de demônios, curas, maravilhas e
muitas outras atividades religiosas, mas se esqueceram de fazer a vontade
do Pai que está nos céu. Confira estas verdades nos três textos abaixo. MATEUS
25:10-12: E, tendo elas ido comprá-lo,
chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as
bodas, e fechou-se
a porta. E depois
chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. LUCAS
13:23-27: E disse-lhe um: Senhor, são poucos os que se
salvam? E ele lhe respondeu: Porfiai por entrar pela porta
estreita; porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.
Quando o pai de família se
levantar e cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta,
dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos
disser: Não sei de onde vós sois; Então começareis a dizer: Temos
comido e bebido na tua presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E
ele vos responderá: Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos
de mim, vós todos os que praticais a iniqüidade. Ali haverá choro e
ranger de dentes, quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os
profetas no reino de Deus, e vós lançados fora. MATEUS
7:21-23: Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em
teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não
fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos
conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Hoje
é o tempo de atender ao convite de Cristo. Hoje, quem está sofrendo é
Ele, e do lado de fora. No Apocalipse, Cristo é fotografado à porta do
coração do pecador tentando marcar uma audiência. Ele não arromba a
porta, mas também não entra no coração das celebridades
que não expulsam a operação
do erro de suas vidas. APOCALIPSE
3:20: Eis que
estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta,
entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Chegará
o dia em que as cenas se inverterão! Pessoas desesperadas procurarão
conhecer a vontade do Senhor, mas não haverá tempo para praticá-la. H)
Se a parábola não é real, o
que Jesus quis nos ensinar? Segunda
lição: Para um homem vivo se salvar, basta ouvir Moisés e os Profetas. LUCAS
16:29 e 31: Disse-lhe
Abraão: Têm Moisés e os profetas;
ouçam-nos... Porém, Abraão lhe disse: Se
não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda
que algum dos mortos ressuscite. Qual
é o significado da expressão “Moisés e os profetas”? Trata-se de
uma referência ao Velho Testamento, a bíblia que Jesus, Natanael e Paulo
liam. A mesma bíblia que muitos insistem em dizer que foi abolida.
Cinco textos ajudam na compreensão dessa verdade? LUCAS
24:27: E, começando por Moisés, e por todos os profetas,
explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. LUCAS
24:44 e 45: E disse-lhes: São estas
as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei
de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o
entendimento para compreenderem as Escrituras. JOÃO
1:45: Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés
escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José. ATOS
26:22: Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço
dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais
do que o
que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer. ATOS
28: 23: E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à
pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e
procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei
de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde. De
fato, Jesus, Natanael e Paulo concordam que Moisés e os profetas são
suficientes para conduzir as pessoas ao Salvador. Compare as afirmações
a seguir: Pai Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos!
Pai Abraão: Se
não ouvem a Moisés e aos profetas...
Jesus Cristo: se
alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta...
Essa
era a riqueza que os Judeus e o rico da parábola possuíam. Por outro
lado os gentios e Lázaro eram pobres e só comiam as migalhas que caíam
da mesa do rico (Mateus 15:26 e 27; 8:10-12). Só
posso concluir dizendo que a principal doença das celebridades
é a surdez. Cuidado
com a operação do erro, amigo!
Toda
a Escritura é inspirada por Deus [II Timóteo 3:16]. Toda Palavra de Deus é pura [Provérbios 30:5 e 6].
Escritores inspirados advogam que toda
a bíblia – tanto o Velho quanto o
Novo testamento – blindam ou escudam o crente. No entanto, alguns
estudantes que fizeram o supletivo de teologia se atrevem a dizer que o
Velho Testamento é livro para judeu ler e que para o crente já foi
abolido. Demasiado
tarde, os surdos acordarão de madrugada. De repente, quererão descontar
o atraso espiritual. Em vão, porém, correrão atrás das palavras do
Senhor. O Senhor não os ouvirá! PROVÉRBIOS
1:23-31: Atentai para a minha
repreensão; pois eis
que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber as
minhas palavras. Entretanto, porque eu
clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve quem desse atenção,
antes rejeitastes todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão,
também de minha parte eu me rirei na vossa
perdição e zombarei, em vindo o vosso temor. Vindo o vosso temor como a
assolação, e vindo a vossa perdição como uma tormenta, sobrevirá a vós
aperto e angústia. Então clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me
buscarão, porém não me acharão. Porquanto odiaram o
conhecimento; e não preferiram o temor do SENHOR: Não aceitaram o meu
conselho, e desprezaram toda a minha repreensão. Portanto comerão do
fruto do seu caminho, e fartar-se-ão dos seus próprios conselhos. No
próximo artigo desta série, eu lhes contarei como se difundiu a idéia
da imortalidade da alma. Autor:João
Marques ENVIE-NOS SUAS SUGESTÕES, COMENTÁRIOS E OPINIÕES, POIS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA NÓS: |