
O Código Da Vinci
Autor: Ed Hindson.
O livro "O Código Da Vinci", em destaque na
lista de best-sellers do New York Times, cativou a atenção de milhões
de leitores, motivou um programa especial no horário nobre na ABC News e
está para ser lançado como um importante filme de Hollywood em 2005. O
livro prende o leitor com uma história excitante de aventura e intriga,
fazendo-o acompanhar seus personagens numa louca incursão pela Europa à
medida em que procuram indícios da verdadeira identidade de Jesus Cristo.
O problema é que o livro aborda a vida de Jesus de uma
maneira completamente antibíblica, ofensiva e estarrecedora para os que
nEle crêem. Assim como tantos outros ataques à integridade de Jesus
Cristo, O Código Da Vinci declara que Jesus realmente existiu,porém,
afirma que foi casado com Maria Madalena e que teria deixado uma
linhagem de descendentes humanos, alguns dos quais estariam vivos hoje.
O enredo deturpado gira em torno de uma série de indícios
ocultos nas obras de Leonardo da Vinci, que pintou "Mona Lisa" e
"A Última Ceia". O romance apresenta da Vinci como membro de
uma sociedade secreta chamada de "Priorado de Sião", fundada em
1099. O livro também liga algumas celebridades como Sir Isaac Newton,
Victor Hugo e Claude Debussy à teoria da conspiração de que o priorado
teria deliberadamente escondido a "verdade" sobre Jesus e Maria
Madalena do resto do mundo durante séculos.
O romance envolve a história de Robert Langdon, um
simbologista de Harvard, e uma criptógrafa francesa chamada Sophie Neveu
("nova sabedoria", em francês). Juntos, eles teriam encontrado
uma série de vestígios criptografados que revelam os
"segredos" do Cristianismo: que Deus seria uma mulher, Jesus
teria descendentes e que Maria Madalena seria divina. O livro alega que
essas verdades estariam escondidas numa série de documentos secretos
chamados de "Documentos do Santo Graal".
Dan Brown tece uma narrativa com grande poder de
entretenimento, mas perigosamente blasfema, em O Código Da Vinci. Ele
afirma que Maria Madalena seria o Santo Graal (o cálice de Cristo), que
ela e Jesus seriam os progenitores da linhagem merovíngia de governantes
europeus e que ela estaria sepultada sob a pirâmide invertida de vidro no
Louvre, em Paris, onde ainda hoje se poderia sentir emanações de seu espírito.
Engano intencional
Os personagens de Brown sugerem que os apóstolos e pais
da igreja seriam nada mais do que opressores patriarcais que teriam
suprimido a adoração à "divindade feminina". Na verdade, o
livro descreve os Evangelhos do Novo Testamento como produtos humanos de
machos chauvinistas anti-feministas que teriam procurado reinventar o
Cristianismo para oprimir as mulheres e reprimir a adoração à deusa.
A agenda feminista é ostentosa por todo o romance,
alegando que a igreja primitiva, dominada por homens e liderada por Pedro,
teria se voltado contra Maria Madalena após a morte de Jesus e provocado
sua fuga para a França (a antiga Gália). Então, o imperador Constantino
teria convenientemente deificado Jesus a fim de consolidar seu controle
sobre o mundo.
Essa é apenas uma das muitas distorções deliberadas
existentes no livro. Outra envolve os heréticos evangelhos gnósticos
escritos no final do século II como sendo os evangelhos
"reais". Encontrados em Nag Hammadi no Egito, em 1946, esses
mitos gnósticos nunca foram reconhecidos pela igreja primitiva como
Escrituras legítimas. O Dr. Albert Mohler, presidente do Seminário
Batista do Sul (nos EUA), disse que "as Escrituras do Novo Testamento
foram reconhecidas e destacadas devido à sua autoria apostólica e pelo
seu conteúdo claramente ortodoxo". Em contrapartida, Mohler afirma
que os textos de Nag Hammadi são "facilmente identificáveis como
literatura gnóstica distanciada da Igreja".
É verdade que a igreja medieval distorceu as verdades básicas
da mensagem simples do Evangelho. Mas foi vários séculos depois da época
de Cristo e dos apóstolos que ela acrescentou idéias como a salvação
pelas obras, a veneração de santos e a importância de relíquias
sagradas, como o chamado "Santo Graal" – o cálice de Cristo.
Em O Código Da Vinci o "cálice" é Maria Madalena,
mitologizada e sexualizada como se fosse a amante ou esposa de Jesus
Cristo.
Distorção diabólica
Em comparação ao livro O Código Da Vinci, o filme
"A Última Tentação de Cristo" parece ameno. O romance de
Brown acusa o Cristianismo de culpar a mulher pela queda de toda a raça
humana. Ele parece esquecer que a história de Adão e Eva é judaica e
antecipa o Novo Testamento por muitos séculos. Na realidade, o enredo de
O Código Da Vinci é uma combinação de secularismo ostensivo com
feminismo hostil.
O livro assevera que o próprio Da Vinci, um cientista
brilhante e pintor renascentista, estaria ciente da verdade sobre Maria
Madalena e a teria representado como João, sentado próximo a Jesus em
sua "A Última Ceia". O romance deixa a impressão de que Maria
estaria retratada na pintura de Da Vinci como a esposa de Cristo. Ele também
afirma que Pedro estaria fazendo um gesto ameaçador em direção a Maria
como se estivesse tentando eliminar a influência feminina da Igreja. Na
realidade, de forma nenhuma Maria Madalena aparece no quadro! Os
personagens de Brown "lêem" na pintura aquilo que eles querem
ver – a feminização do Cristianismo.
Não há nada no registro bíblico sobre a Última Ceia
que indique a presença de mulheres nessa refeição. Também não há
qualquer indicação nos Evangelhos bíblicos de que os discípulos
guardaram o cálice de Cristo, pedaços da cruz ou quaisquer outras relíquias
religiosas. Não é o cálice no qual Jesus bebeu que nos salva, tampouco
lascas da cruz onde Ele morreu. O sangue que Ele derramou naquela cruz,
simbolizado pelo cálice, é a verdadeira base para nossa salvação.
A Bíblia diz: "a quem Deus propôs, no seu sangue,
como propiciação, mediante a fé" (Romanos 3.25); "no qual
temos a redenção, pelo seu sangue" (Efésios 1.7); "e que,
havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz" (Colossenses 1.20);
"e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1
João 1.7).
Desafio decisivo
Não tenho idéia de quais são as convicções
religiosas de Dan Brown, mas posso dizer-lhes com certeza que não são
baseadas em crenças cristãs ortodoxas.
O Cristianismo superou tais críticas antes e o fará
novamente. A verdadeira história do Evangelho ainda é a maior história
que já foi contada! Os ensinamentos de Jesus Cristo sempre foram e sempre
serão superiores a qualquer coisa que o mundo venha a oferecer. Ao mesmo
tempo, não podemos enfiar nossa cabeça na "areia eclesiástica"
e simplesmente desejar que esse tipo de coisa desapareça.
Há respostas reais para as questões levantadas em O Código
Da Vinci. Tais desafios à fé devem nos estimular a lidar com essas questões,
respondendo as perguntas para satisfazer as mentes honestas e
inquiridoras.
O romance deixa a impressão de que Maria Madalena
estaria retratada na pintura de Da Vinci como a esposa de Cristo.
A Bíblia exorta: "Amados, não deis crédito a
qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus,
porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto
reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus
Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a
Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do
anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já
está no mundo" (1 João 4.1-3).
Artigo de Dr. Ed Hindson, que é assessor do reitor da
Liberty University em Lynchburg/VA (EUA).(Adaptado)
Extraído da revista Chamada da Meia-Noite, julho de
2004.
E-mail:
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